Morrer poderá aquele que já morreu? Poderá perder-se o fantasma entre as sombras da sua própria noite? Como a sorte atuou enquanto ele viveu? Rodopia a sorte em minha órbita, os escombros de um satélite. Seria ele um encanto ou um enfeite? confeito do bolo que gira em torno da vela se apaga um dia num espasmo um dia no espaço e assisto hoje a morte daquele que já morreu e perde-se o fantasma em sua noite em sua sombra e na poeira que hoje é o que um dia foi a sua obra perde-se o encanto o bolo e o enfeite e apaga-se a vela
Quem nunca se apaixonou por Ismália não gosta de poesia! É lindo, é maravilhoso! Mas acho que um dos versos ficou perdido no metro Tatuapé... o verso "As asas que Deus lhe deu" não está lá. Cadê as asas da Ismália? (só repara quem decora poemas)
Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...